Em janeiro deste ano, um relatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) foi divulgado e expôs a realidade da disponibilidade hídrica (ou seja, a quantidade de água disponível para uso) no Brasil.
Segundo o estudo, até 2040, as mudanças climáticas podem gerar uma queda de 40% na acessibilidade do recurso. A seguir, vamos explicar um pouco mais sobre as informações dessa pesquisa e também apresentar formas de precaução e combate a essa situação.
O que diz o relatório sobre a disponibilidade de água?
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), uma autarquia federal responsável pela gestão dos recursos hídricos no país, lançou um estudo inédito, intitulado “Impacto da Mudança Climática dos Recursos Hídricos do Brasil”, com objetivo de responder a pergunta: “Como a mudança climática impacta as águas das diferentes regiões do Brasil?”.
A pesquisa identificou que a disponibilidade hídrica pode cair em até 40% no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e em parte do Sudeste nos próximos 16 anos, devido às transformações no clima.
As projeções também preveem um aumento significativo na quantidade de trechos de rios intermitentes, que ficam secos temporariamente durante alguns períodos do ano. Isso afeta o abastecimento de água nas cidades, a geração de energia hidrelétrica e a agricultura.
A situação atingirá ainda a saúde da população em diversos âmbitos, já que o país apresenta taxas de crescimento populacional e a falta de recursos hídricos impacta não apenas no fornecimento de água, mas também no saneamento e na gestão dos resíduos.
Como as diferentes regiões serão afetadas?
Cada região apresenta um cenário em relação à disponibilidade de água:
Norte
No território onde está localizada grande parte da Amazônia, devem haver secas mais frequentes e intensas, e uma diminuição nas vazões dos rios e no volume das chuvas.
Nordeste
Nessa região, o principal problema será o aumento dos trechos intermitentes nos rios.
Centro-Oeste
O estudo identificou um cenário incerto para o Centro-Oeste, com projeções que trazem possibilidades diferentes. De qualquer forma, é preciso atentar para a disponibilidade de água no local.
Sudeste
Tende a sofrer redução nas vazões dos rios, o que irá diminuir a água disponível nas bacias hidrográficas, especialmente nos grandes centros urbanos. O relatório também demonstra certa divergência nos resultados relativos ao Sudeste, mas essa tendência é a predominante, especialmente no litoral.
Sul
Ao contrário do restante do país, o Sul apresenta uma tendência de aumento da disponibilidade hídrica. Porém, ainda há muito com o que se preocupar, já que a pesquisa identificou um cenário de imprevisibilidade climática maior, com eventos de secas, cheias e inundações cada vez mais frequentes.
Como é possível driblar a redução na disponibilidade de água?
O objetivo do estudo da ANA é orientar a decisão das autoridades em relação à gestão de recursos hídricos, buscando por alternativas como novas fontes de água, uso mais racional do recurso e mudanças na infraestrutura e gestão hídrica, para que a população não sofra com as diminuições.
A agência sugere a adoção de estratégias de baixo “arrependimento”, como reduzir perdas nas redes de abastecimento de água e melhorar a governança nos órgãos gestores responsáveis.
É importante lembrar que, como cidadãos, todos nós devemos e podemos fazer parte desse esforço, prezando pelo consumo consciente e também com práticas de reaproveitamento da água.
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Por: Fred Leite
Gestor Responsável no Brasil Linha Ambiental Tecnotri
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